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Filme: O homem da máscara de ferro (1998)

Aproveitando os assuntos mosqueteiros e literatura francesa abordados no post sobre o filme Os três Mosqueteiros (que você pode ver clicando aqui), hoje o post é sobre o clássico de Sessão da Tarde O homem da máscara de ferro.

O filme é, na verdade, uma continuação não-oficial do citado filme Os três Mosqueteiros, de 1993. E apesar de não ser um sucesso de crítica, O homem da máscara de ferro acabou com uma sequência de 6 meses do filme Titanic como campeão de bilheteria nos Estados Unidos.

Pois bem. O filme é baseado no romance de Alexandre Dumas (mesmo autor de Os três mosqueteiros) O Visconde de Bragelonne. Na história, o Rei francês Luis XIV, filho do Rei que equivaleria ao Luis VIII no filme Os três mosqueteiros (há um conflito de nomenclatura, pois a lógica seria que o Rei de Os três Mosqueteiros fosse Luis XIII ou o Rei de O homem da máscara de ferro fosse Luis IX, o que não ocorre; no entanto, os personagens dos dois filmes são pai e filho, visto que a Rainha Anne, da Áustria, é esposa de Luis VIII e mãe de Luis XIV), governa a França de acordo com seus próprios desejos, declarando guerras desnecessárias e gastando, com estas guerras, o dinheiro e a o alimento do povo francês, povo esse que passa fome.

Aramis, um dia Mosqueteiro, virou um velho clérigo que é também, na verdade, o líder dos Jesuítas, que se manifestam sempre contra as guerras do Rei (não preciso citar que a companhia de Jesus possuía um poder considerável durante a era das trevas). Porthus torna-se um velho beberrão que gasta seus dias com belas jovens mulheres e está sempre resmugando sobre ser um velho inútil, que deveria se matar. Os dois ex-mosqueteiros vivem juntos.

Athos, o terceiro mosqueteiro, mora com seu filho Raoul, por volta de seus vinte e poucos anos, sua maior preciosidade na vida. Raoul é o filho que Athos sempre quis: bonito, inteligente, que se preparava para se unir aos mosqueteiros e pedir a mão de sua amada (Christine Bellefort) em casamento. Por fim, D’Artagnan, o mais jovem deles, é, em O homem da máscara de ferro, um homem maduro, influente, o Capitão dos Mosqueteiros (que reprime uma paixão pela Rainha-Mãe da França Anne).

O clima na França é tenso. O Rei Luis segue gastando seus dias seduzindo jovens moças e declarando guerras comprometedoras. O povo, claro, segue atacando o Palácio de Paris e protestando contra a fome que passam. O Rei convoca Aramis a matar o líder dos Jesuítas (que é, no caso, ele mesmo), já que a Ordem de Jesus estava causando tantos problemas “à França”. Além disso, o Rei planeja a morte de Raoul, filho de Athos, visando liberar o caminho para o coração (ou outros órgãos) de Christine.

Tais atitudes levam os 3 velhos mosqueteiros e D’Artagnan a se reunirem secretamente. O tema da reunião, levantado por Aramis, é a derrubada do Rei Luis XIV. Os 4 sabem o quão o Rei Luis é desonrado e vil, obviamente, e assim Athos (buscando vingança por seu filho) e Porthos (provavelmente em busca de alguma ação) aderem prontamente à causa. D’Artagnan, no entanto, se recusa a quebrar seu juramento de proteger o Rei, por menos digno dessa proteção que ele seja. Isso decreta que D’Artagnan e os 3 mosqueteiros se tornarão inimigos.

Assim, Athos, Porthus e Aramis começam a planejar a queda do Rei. Aramis, o autor da ideia, revela que o plano é trocar Luis XIV por Phillipe, seu irmão gêmeo; que foi feito prisioneiro pelo Rei aos 16 anos, e passou 6 anos, desde então, aprisionado a uma máscara de ferro que esconde sua identidade; sem que ninguém perceba. Por mais difícil que a missão pareça, os mosqueteiros libertam o prisioneiro secretamente e começam a ensiná-lo a portar-se como um Rei.

O objetivo é trocar os irmãos durante um baile de máscaras promovido no palácio. A mãe dos gêmeos, a Rainha-Mãe Anne, é avisada por Aramis do plano. Anne, na verdade, acreditava que seu segundo filho havia morrido no parto, quando na verdade seu marido havia mandado-o para viver longe da capital, como um garoto comum, eliminando, assim, o risco da luta pelo poder entre os irmãos racharem o Reino. A Rainha só soube da verdade com o falecimento do seu marido e a ascensão de Luis ao trono, que ordenou que seu irmão fosse aprisionado à máscara.

Conforme o plano, no dia do baile, os irmãos são trocados, mas os olhos ligeiros de D’Artagnan percebem a diferença e os mosqueteiros são alertados para fechar as saídas do Palácio. E os três ex-mosqueteiros são capturados na saída com o verdadeiro Rei Luis. Após fazerem-no refém, no entanto, conseguem escapar, mas Phillipe é capturado. Luis, furioso, ordena que seu irmão seja novamente aprisionado à máscara, impiedosamente.

Desta vez, no entanto, D’Artagnan entende a necessidade de depor o vil Rei da França e segue em direção à bastilha onde Phillipe está aprisionado para, ao lado de seus velhos amigos Athos, Porthus e Aramis, salvar o prisioneiro. Assim eles fazem, mas o Rei Luis é avisado a tempo e a bastilha é cercada por soldados do Rei. Os mosqueteiros e Phillipe tentam escapar, mas se vêem encurralados dentro da bastilha. Assim, eles decidem morrer dignamente, em batalha, não antes de D’Artagnan revelar a Phillipe que é, na realidade, o pai dele e do Rei Luis.

Os ex-mosqueteiros avançam sobre os mosqueteiros do Rei com espadas em punho, contra armas de fogo. No entanto, os mosqueteiros respeitam e admiram as lendas vivas que lhes atacam demais para baleá-los. Assim, os velhos mosqueteiros sobrevivem à saraivada de balas. Os mosqueteiros do Rei recusam-se solenemente a atacar os dignos heróis perante eles, e o Rei Luis tenta, ele mesmo, apunhalar Phillipe, mas acaba por apunhalar D’Artagnan, seu pai.

Com a morte de D’Artagnan, os Mosqueteiros libertam Phillipe da máscara e trocam as vestimentas dele com as de seu irmão, Luis. Desta maneira, poucos dignos mosqueteiros presenciam a troca do vil Rei Luis XIV pelo Rei Phillipe, que, em O homem da máscara de ferro, se tornaria o melhor e mais justo governante da França. Luis é aprisionado no lugar de seu irmão e Athos, Porthus e D’Artagnan são nomeados Conselheiros do Rei. E assim encerra-se a história.

Primeiro vale dizer que o filme, embora baseado, diverge em muitos aspectos de O Visconde de Bragelonne, dentre eles o fato de D’Artagnan ter tido um caso com a Rainha Anne e ser o pai dos Reis. Além disso existem algumas inconsistências literárias na história, que não são grande problema, já que o filme é fictício.

O homem da máscara de ferro foi dirigido por Randall Wallace e seu maior astro é o americano Leonardo DiCaprio. A propósito, DiCaprio interpreta muito bem o arrogante Rei Luis e o ingênuo Phillipe. Há também a presença de Hugh Laurie, que interpreta o Dr. House (na série do Universal Channel), e no filme interpreta um personagem sem importância.

Creio que todos os leitores já tenham assistido O homem da máscara de ferro. Em todo o caso, porém, digo que é um filme mediano, uma boa ficção, com uma baita trilha sonora e uma boa representação do ambiente da idade moderna. Por todos esses fatores, eu optei por ter o DVD em casa, mas a crítica, em geral, não é positiva. Em suma: assista se passar na TV, mas não gaste dinheiro alugando o DVD.

NOTA (0 a 10): 7.00.

O que você acha deste popularíssimo filme? Comente!

  1. jessica
    17 de dezembro de 2012 às 1:41

    Filme muito bom,pena que tenha sido lançado numa época tão infeliz!

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